sábado, 23 de janeiro de 2010

why chocolats?

"Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.

O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o
desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de
inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.
Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

sábado, 16 de janeiro de 2010

sos world


Neste momento de conforto sentada no quente da minha casa, valorizo e sinto-me grata por ter o privilégio de toda esta comodidade.
Muitas pessoas neste momento choram a morte de toda uma família, segurando os seus corpos, sem os poder enterrar. Muitas crianças não tem agua para beber, nem alimento que de forças para suportar fisicamente o que o choque psicológico não consegue suportar. Não têm electricidade e divagam às escuras à noite, com medo que pior ainda possa acontecer...
Vive-se uma tragédia muito triste num lugar comum ao meu mundo. Não há maneira de não encarar esta triste realidade, embora não me possa por a caminho para por as minhas mãos ao trabalho.
Mas sem sair de onde estou posso ajudar. Ajudar neste momento um ser humano que está no maior sufoco e aperto, tentanto superar a vida som nenhumas possibilidades.
Ele é tão digno quanto eu de qualquer comodidade. Poderia ser eu!!
Não ajudar seria um acto desumano. O mundo precisa de todos nós, não só hoje, mas sempre! Mas hoje posso fazer "a" diferença e dar consolo a quem está verdadeiramente desamparado!

Um terramoto devastador medindo 7.3 na escala de Richter atingiu o Haiti no passado dia 12 de Janeiro. Estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas tenham sido afectadas.

O terramoto atingiu a capital Port-au-Prince e outras áreas do país. A zona ocidental do Haiti, com uma população de 2.2 milhões, foi a mais atingida.

A Cruz Vermelha Portuguesa vai enviar imediatamente 25.000 Euros do seu Fundo de Emergência, como primeiro passo para suportar o enorme esforço de socorro que se está a organizar. No entanto, a colossal dimensão deste desastre demonstra que muito mais vai ser necessário.

Com a proposição “Ajude o Haiti, agora!”, a Cruz Vermelha Portuguesa, no quadro do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, vem apelar à comunidade portuguesa para apoiar as vítimas do terramoto no Haiti.

Segundo Luís Barbosa, Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa, “É muito importante que a ajuda humanitária chegue nos primeiros dias após este tipo de catástrofe. Quanto mais depressa a ajuda chegar, mais vidas se podem salvar.”

Os voluntários da Cruz Vermelha estão no terreno a assistir os feridos e a apoiar os hospitais que não têm capacidade para lidar com esta emergência.

As necessidades mais urgentes, até ao momento, são: salvamento e resgate, hospitais de campanha, cuidados de saúde de emergência, purificação de água, abrigos de emergência, logística e comunicações.

A Cruz Vermelha do Haiti dispõe de stocks para assistir 3.000 famílias, incluindo stocks para 500 famílias em Port-au-Prince. Estes artigos de emergência consistem em utensílios de cozinha, kits de higiene pessoal, cobertores e contentores para armazenar água.

A Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha/Crescente Vermelho mobilizou uma equipa especializada em resposta a desastres, saúde em emergência e logística, que deverá chegar ao Haiti ainda hoje ao final do dia para apoiar a CV do Haiti e coordenar a assistência dos organismos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha/Crescente Vermelho.


As formas de donativo para o Fundo de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa
– apelo vítimas do Haiti, são as seguintes:

1. Nas caixas multibanco ou por netbanking, optando por “pagamento de serviços” e marcando entidade 20999 e referência 999 999 999.

2. Efectuando um depósito ou transferência bancária para as contas “CVP – Fundo de Emergência.”

Banco
Nº conta
NIB

Millennium BCP
45307610691
0033 0000 4530 7610691 05

CGD
0027082402230
0035 0027 0008 2402230 53

BPI
3631911 000 001
0010 0000 3631 9110001 74

Santander Totta
000314691778020
0018 0003 1469 1778020 27

BES
0001 4968 7394
0007 0000 00149687394 23

C.E.Montepio Geral
087100053716
0036 0087 99100053716 51

Barclays
117201022464
0032 0117 00201022464 75

BANIF
57/629520
0038 0057 00629520771 72

BPN
026511345-10-001
0079 0000 26511345101 76


3. Enviando um Cheque ou Vale Postal pagável à CVP – Fundo de Emergência para o Departamento Financeiro da Sede Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa .


Notas importantes:

Ao abrigo do Estatuto do Mecenato, a CVP entregará um recibo onde é discriminado o montante doado, que poderá ser utilizado para deduções nos impostos. Para obtenção do devido recibo de donativo, o doador deverá enviar cópia do comprovativo da operação de donativo (talão de depósito/transferência bancários, talão de multibanco) ao Departamento Financeiro da Sede Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa ¬– Jardim 9 de Abril, nº1, 1249-083 Lisboa -, junto com os seus dados pessoais (nome, nº de contribuinte e morada de envio). D

As doações monetárias são a melhor forma de ajudar as pessoas carenciadas ou vítimas de desastres, porque o dinheiro pode, de forma muito rápida e simples, ser transferido para qualquer conta bancária ou convertido imediatamente nos bens necessários, em qualquer parte de Portugal ou do mundo. Desta forma, a Cruz Vermelha pode usar o seu forte poder de compra para beneficiar o maior número de pessoas e ajustar a resposta muito rapidamente a necessidades e prioridades variáveis.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

YOU love!

Há muito tempo que não em sentia tão bem comigo mesmo mesma. Não é momentâneo, é estruturado... Quero expressar isso com uma letra que mexe comigo como a vida tem mexido!

It's so hard to be someone
I's so hard to be unknown
In your heart you are to blame
In your heart you play the game

Do you realize you pay the price?
Do you know the cost of all your vice ?
Save your soul, it's all a test
Save your soul, it's for the best

We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love

Save your soul, little sista
Save your soul, dear little brother
You need hope, says the preacher
Learn to cope says all my teachers

Do you really know God's intention?
Do you even ask what it's all this for?
We need love, love and love
We need more, more and more

We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love

Phrophets are telling us
we'r near the end
But i'm telling you
That it's all pretend

It's so cool to be incool
It's so right to be unright
It's so good to look so bad
Isn't this the best thing you ever had

We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love
We need love, love love love love

We need more of this feeling, this music, this thoughs... we need love, no doubt!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Para lá do horizonte

Ao longo dos últimos milhares de anos, o Homem tem procurado constantemente protecção e ajuda num ser metafísico superior a si. Não sabendo como comunicar com ele, criou vários rituais de devoção, que variam consoante o país ou região a que pertence.

Em Varanasi, cidade sagrada da Índia, banhada pelo Rio Ganges, esses rituais de devoção são praticados de forma profunda. Varanasi é a cidade da Índia mais emblemática da sua religiosidade, sendo aquela margem do rio o palco de variados actos de meditação e adoração, bem como de acções comuns e triviais do quotidiano, mas baseadas na fé de que a acção feita naquelas águas santas será abençoada pela Deusa Ganga.

Na Índia, bem como noutras civilizações antigas, acredita-se que quando houver uma total degradação da moral e da verdade no mundo, um ser superior voltará à Terra para repor os seus valores.

Será que já atingimos essa degradação total?

E será que a ajuda e protecção que procuramos provêm da devoção a um ser superior, ou antes da descoberta de uma nova consciência?

Estaremos sós ou estaremos próximos desse encontro interior?